Todo ano é a mesma
coisa. É só começar o mês de março e as homenagens de gosto
duvidoso pelo Dia Internacional da Mulher aparecem prá tudo que é
lado. Abrindo a semana de deferência ao mês da mulher, o SenadoFederal anunciou a oficina de culinária para abrilhantar a data. Não
achando pouco em reafirmar que "lugar de mulher é na cozinha",
explica na página de apresentação da oficina, que "durante o
processo de produção, haverá uma analogia sobre a importância do
trabalho em equipe e a necessidade de manter o equilíbrio emocional
para o bom desenvolvimento das relações interpessoais". Ou
seja, para o Senado as mulheres - consideradas histéricas - além de
permanecer onde nunca deviam ter saído, vão também aprender a
acalmar os ânimos.
De lá prá cá se passaram 40 anos e, claro, muita coisa mudou. Uma grande articulação política do movimento feminista no Brasil, que ficou conhecida como Lobby do Batom, conseguiu influenciar o texto da Constituição Federal de 1988 de forma que contemplasse avanços importantes no que diz respeito aos direitos das mulheres, como férias, licença maternidade e aposentadoria. Com a Constituição de 1988 as mulheres passaram a ser consideradas sujeitos político e social.
Apesar
dos avanços, ainda temos muita luta pela frente. As mulheres ainda
ganham em média menos 81% do que os homens pelo mesmo trabalho
realizado. É o que diz a matéria Mulher
ganha 81% do salário do homem em SP. E mesmo assim, essa
diferença ainda é a menor em 30 anos!
O
machismo atinge níveis inacreditáveis em todo o país. Uma
pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular
mostra altos índices de naturalização da violência nos
relacionamentos e uso do espaço virtual como ferramenta de controle
entre os jovens, segundo dados disponíveis no site Patrícia
Galvão: 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em
relacionamentos.
É
por essa e outras - muitas - que o 8 de março segue sendo para nós
feministas, um dia de luta. Mais uma dia de ir para as ruas, de
reunir as mulheres e reivindicar direitos, de organizar muitas
atividades de rua e de fazer protesto. Em Recife, vamos fazer o nosso
ato público nessa sexta-feira, dia 06 de março, com concentração
a partir das 14h no Parque 13 de Maio. A ideia é marchar pela vida
das mulheres. Pela vida das mulheres sem violência, pela vida das
mulheres com direito ao aborto, pela vida das mulheres sem
discriminação e opressão, pela vida das mulheres com dignidade.,
pela vida das mulheres sem nenhum tipo de violência. Do Parque 13 de
Maio, sairemos em caminhada até a praça do Derby, onde vamos fazer
a grande ciranda feminista. Vem com a gente!
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