terça-feira, 15 de maio de 2012

A luta continua.


Comecei a minha militância política antes mesmo de fazer uma faculdade. Comecei no movimento de igreja com a Teologia da Libertação - sim, eu tenho esse passado, não posso negar. Naquela época a igreja era uma forte aliada na luta contra o regime militar. Depois, participei do movimento popular, fazendo parte da associação de moradores do meu bairro - San Martin, em Recife. Em 1978 eu entrei na Universidade Federal de Pernambuco. Primeiro para estudar biologia, depois acabei me formando em psicologia. Durante os anos da faculdade fiz movimento estudantil, feminista e partidário. Nem sempre nessa ordem.  Filha única e mais velha, desde muito cedo questionava porque meu irmão que era mais jovem tinha regalias e poderes que eu não tinha. Inquietações feministas.


Ainda no final dos anos setenta participei dos primeiros núcleos de formação de um partido político cujo nome ainda estava por vir. Era o Partido dos Trabalhadores e eu tinha pouco mais de 20 anos.
A minha trajetória política é marcada pelo feminismo e pela construção partidária. Junto com outras companheiras como Jô Meneses, Suzana Maranhão, Silvia Camurça, Selma F. Albernaz, entre outras, fundamos o primeiro grupo de mulheres do PT em Pernambuco: "Muito Prazer: Mulheres do PT".
Era tudo ao mesmo tempo, pois na faculdade eu coordenava o Centro Acadêmico de Psicologia, organizava as mulheres no Partido e, ajudava a fundar o Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMP). 
Coordenei o FMP, fui da secretaria executiva da Rede Nacional Feminista de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, representando a região Nordeste e, com muito orgulho sou uma das fundadoras da Articulação de Mulheres Brasileiras. 
Essa breve retrospectiva é pra dizer que o feminismo e o PT estão entrelaçados em minha vida ao longo desses 32 anos de militância e de atuação no movimento de mulheres.
Por isso, passadas as eleições para a Secretaria Nacional de Mulheres do PT, onde integrei a chapa Unidade Feminista no PT, eu vou continuar fazendo o que faço há mais de 30 anos: seguir na luta feminista, o que faço no Partido dos Trabalhadores, na gestão pública, no cotidiano, na minha relação com as pessoas, na forma como eu estou no mundo. Afinal de contas, o feminismo é ação política, prática e movimento. A luta continua.
  

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